Quanto ao mundo espirutual, tenho algumas dúvidas sobre a teologia mórmon nesse sentido, primeiro em 1Pe 3:19-20 o mais aceito entre os teólogos é que se referem aos anti-diluvianos, que rejeitaram as palavras de Noé e foram mortos, e os 8 que se salvarão seriam Noé e sua esposa mais seu 3 filhos e 3 noras (ou seja, 8 almas), não sendo possível usar essa passagem para provar a existência de vida após a morte, outra situação complicada é o caso da parábola do rico e do Lázaro, onde seria muito estranho uma pessoa rica comendo em sua mesa farta e um mendigo cheio de úlceras pela pele com cães a lamber suas feridas comendo das sobras do rico (é uma visão bem difícil para se aceitar com literal), e mais o inferno ao lado do paraíso onde como será possível te sossego se uma pessoa poderá ver um ente querido sofrendo do outro lado e para completar eu perguntaria se espírito tem sêde e dedo e língua? Outro ponto é que não há uma concordância entre a questão do batismo pelos mortos serem uma pratica pagã onde Paulo poderia estar exortando o complicado povo de Conrinto ou até mesmo uma pratica por mortos seriam na verdade mortos espirituais porem ainda vivos. Nisso eu te pesso provas de que há necessidade de batismo por mortos se os mortos dormem de acordo com Ec 9:5-6? Obrigado e fiquem com Deus.

Vicentino,



3 Responses to “Quanto ao mundo espirutual, tenho algumas dúvidas sobre…”


Ítalo Emanuell F.Carneiro
2012-07-20 20:54:18
Olá Vicentino, essas perguntas são muito interessantes!

Segue-se abaixo a escritura de Ec. 9:5-6, vou incluir o versículo 10 também para termos um melhor entendimento e em seguida a explicação.

"Porque os vivos sabem que hão de morrer, MAS OS MORTOS NÃO SABEM COISA NENHUMA, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na SEPULTURA, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes 9:5-6, 10, ênfase adicionada)

Deus cria o corpo do homem pó da terra antes de colocar o seu espírito dentro deste corpo. Como resultado, cada indivíduo tem a dualidade do corpo e do espírito, que quando colocados juntos constitui uma alma vivente. Na morte física, o corpo e o espírito se separam. O corpo retorna a "terra como era", e o espírito retorna a "Deus que o deu" (Ver em Eclesiastes 12:7) Embora o corpo não tenha mais consciência depois da morte, o espírito sai do corpo e continua a existir como um ser de consciência e percepção; retendo assim a habilidade de pensar, sentir, e de lembrar-se do conhecimento adquirido aqui na mortalidade.

Referente a estes versos, Joseph Fielding Smith escreveu "... Quando a morte intervém, o corpo é deixado na sepultura em paz e o corpo nada sabe sobre os assuntos de um mundo bem ativo." (Respostas e Perguntas do Evangelho, Vol 4, p. 183)

O Teólogo Não mórmon Donald C. Fleming concorda: "Os mortos nada sabem: o contexto (quando alguém interpreta como o cadáver) faz o sentido ficar óbvio." (F. F. Bruce, The International Bible Commentary, p. 699). No verso 10, a palavra "sepultura" é traduzida da palavra Hebraica Sheol, que tem vários significados dependendo do contexto em que é usada. Pode ser traduzida como "hades", "sepultura", "inferno", "cova", ou "mundo dos mortos." Consequentemente, o termo pode se referir ao mundo dos espíritos ou parte dele. Mas o contexto de Ec. 9:5-6, 10 está descrevendo um lugar diferente; um lugar onde não existe "trabalho, objetos, conhecimento, ou sabedoria"; um lugar onde "os mortos nada sabem." Que melhor descrição do que esta poderia haver da "sepultura" ou tumba a em que o corpo é deixado para descansar? Além do mais, desde que o cadáver não tem faculdades mentais, emocionais, então não pode fazer nada, muito menos louvar ao SENHOR: "Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio." (Salmos 115:17, cf 6:5)

A escritura de 1 Pedro 3:18-20 refere-se a pregação de Cristo como espírito durante o intervalo de sua morte e sua ressurreição aos espíritos desencorpados no mundo espiritual na qual estavam os antediluvianos da época de Noé e isso indica que eles devem ter tido a habilidade de ouvir e entender (existência da vida após a morte). Poucos versos adiante na mesma epistola, o apostolo Pedro se refere novamente a este evento: "Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito;" (1 Pedro 4:6) Podemos encontrar pinturas antigas artística da Idade Média mostrando a descida de Cristo ao mundo espiritual (veja, por exemplo, Walter Lowrie. Arte na Antiga Igreja. New York: Pantheon Books, 1947, p. 100) conforme relatada essa escritura citada por você, mostrando assim a antiga interpretação que os cristãos antigos davam a essa passagem. Aspectos desta descida nós podemos também encontrar no Evangelho de Nicodemos.

Referindo-se a parábola do rico e do Lázaro vemos que Jesus empregou metáforas judaicas e uma imagem retórica e isso não é falso, porque Cristo não ensinaria uma mentira por parábolas, o que devemos aceitar como verdadeiro é o retrato das condições no mundo dos espíritos. Embora, não se fale sobre a morte do Lázaro, vemos que ele morreu e foi levado por um anjo e seu espírito foi ao paraíso, ou como os judeus gostam de chamar o lugar abençoado "seio de Abraão", não é um lugar de glória final, senão temporária da mesma forma é o inferno na qual o espírito do rico esteve estava (veja esse conceito no Livro de Mórmon, Alma 40:11-14), isso mostra claramente que as obras seguem os homens nesses estado preliminar até sua ressurreição.

Por Paulo ter citado o batismo pelos mortos (1 Coríntios 15:29) vemos que esta prática foi usada como exemplo para argumentar sobre a realidade das ressurreição dos mortos, pois caso contraio não faria sentido ele a ter citado aos Coríntios na qual devem tinham visto o batismo pelos mortos como uma ordenança válida. Evidentemente, pelo menos alguns antigos Cristãos batizaram pelos mortos; o que sugere que eles acreditavam que os mortos teriam a oportunidade de ouvir o evangelho, acreditar em Cristo, e se arrepender de seus pecados. (fazendo assim mais sentido a passagem da escritura em 1 Pedro 3:18-20)

Espero ter lhe ajudado um grande abraço.
Fábio H.
2012-07-20 19:19:07
Boa tarde. A questão da paz absoluta no reino celestial é relativa. Nosso Pai Celestial lamenta quando seus filhos cometem pecados, sofre conosco quando sofremos, pois Ele nos ama. Então, nesse sentido, se formos morar com Ele (é uma hipótese), ainda assim sentiremos pesar pelos nossos próximos que eventualmente não forem co-herdeiros de Jesus Cristo, sentiremos ansiedade esperando que exerçam corretamente seu livre-arbítrio. Nós fazemos batismos pelos fisicamente mortos, porém espiritualmente vivos, que estão no mundo espiritual. Com certeza não respondi todas as suas perguntas, mas espero ter ajudado um pouco. Está convidado a assistir uma reunião no domingo. Um abraço.
Anônimo
2012-07-19 19:38:24
Os mortos eles dormem segundo a carne, você nunca ouviu a expressão "Descanse em paz"?

Em relação a época de Nóe, eles se salvaram do díluvio, da morte por meio da água. Imagine quantas pessoas existiram no mundo naquela época e que Noé não conseguiu avisar. Seria justo ela ir para o inferno sem ter a chance de se arrepender naquele momento com as palavras de noé?

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